sexta-feira, 5 de março de 2010

Textos dos códigos de ética - parte 3



Em terras tupiniquins, um grupo de editores de revistas em quadrinhos envolvendo: Editora Gráfica O Cruzeiro, Editora Brasil América EBAL, Rio Gráfica e Editora RGE e Editora Abril; decidiu levar a cabo sua própria auto-regulamentação em 1961.

As 18 Regras do Código de Ética dos Quadrinhos Brasileiros:

1. • As histórias em quadrinhos devem ser instrumentos de educação, formação moral, propaganda dos bons sentimentos e exaltação das virtudes sociais e individuais.

2. • Não devendo sobrecarregar a mente das crianças como se fossem um prolongamento do currículo escolar, elas devem, ao contrário, contribuir para a higiene mental e o divertimento dos leitores juvenis e infantis.

3. • É necessário o maior cuidado para evitar que as histórias em quadrinhos, descumprindo sua missão, influenciem perniciosamente a juventude ou dêem motivo a exageros da imaginação da infância e da juventude.

4. • As histórias em quadrinhos devem exaltar, sempre que possível, o papel dos pais e dos professores, jamais permitindo qualquer apresentação ridícula ou desprimorosa de uns ou de outros.

5. • Não é permissível o ataque ou a falta de respeito a qualquer religião ou raça.

6. • Os princípios democráticos e as autoridades constituídas devem ser prestigiados, jamais sendo apresentados de maneira simpática ou lisonjeira os tiranos e inimigos do regime e da liberdade.

7. • A família não deve ser exposta a qualquer tratamento desrespeitoso, nem o divórcio apresentado como sendo uma solução para as dificuldades conjugais.

8. • Relações sexuais, cenas de amor excessivamente realistas, anormalidades sexuais, sedução e violência carnal não podem ser apresentadas nem sequer sugeridas.

9. • São proibidas pragas, obscenidades, pornografias, vulgaridades ou palavras e símbolos que adquiram sentido dúbio e inconfessável.

10. • A gíria e as frases de uso popular devem ser usadas com moderação, preferindo-se sempre que possível a boa linguagem.

11. • São inaceitáveis as ilustrações provocantes, entendendo-se como tais as que apresentam a nudez, as que exibem indecente ou desnecessariamente as partes íntimas ou as que retratam poses provocantes.

12. • A menção dos defeitos físicos e das deformidades deverá ser evitada.

13. • Em hipótese alguma na capa ou no texto, devem ser exploradas histórias de terror, pavor, horror, aventuras sinistras, com as suas cenas horripilantes, depravação, sofrimentos físicos, excessiva violência, sadismo ou masoquismo.

14. • As forças da lei e da justiça devem sempre triunfar sobre as do crime e da perversidade. O crime só poderá ser tratado quando for apresentado como atividade sórdida e indigna, e os criminosos, sempre punidos pelos seus erros. Os criminosos não podem ser apresentados como tipos fascinantes ou simpáticos, e muito menos pode ser emprestado qualquer heroísmo às suas ações.

15. • As revistas infantis e juvenis só poderão instruir concursos premiando os leitores por seus méritos. Também não deverão as empresas sectárias deste Código editar, para efeito de venda nas bancas, as chamadas figurinhas, objeto de um comércio nocivo à infância.

16. • Serão proibidos todos os elementos e técnicas não especificamente mencionados aqui, mas contrários ao espírito e à intenção deste Código de Ética, e que são considerados violações do bom gosto e da decência.

17. • Todas as normas aqui fixadas se impõem não apenas ao texto e aos desenhos das revistas em quadrinhos, mas também às capas das revistas.

18. • As revistas infantis e juvenis que forem feitas de acordo com este Código de Ética levarão na Capa, em lugar bem visível, um selo indicativo de sua adesão a estes princípios.

3 comentários:

  1. Achei muito interessante esta página, por que eu desconhecia que existisse um código de ética de fato.Pensei que fosse algo intuitivo.
    Ao pesquisar o tema Ética nas HQ, para um trabalho com minha filha de 11 anos, achei estas regras que foram muito valiosas.

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  2. O código de ética dos quadrinhos representa um atraso no tocante às possibilidades artísticas e ideológicas das Hq's. Se vc olhar o quadrinho somente pela ótica moralista e pedagógica, seu caráter estético e criativo é totalmente destronado. Quadrinho é muito mais do que repassar mensagens moralistas, pois a dimensão da arte busca transcender concepções "limitadas" de ver as coisas. Quem pode dizer que em cenas grotescas ou provocantes não exista uma crítica, ao invés de uma apologia?
    Prof. Msc. Luiz Guilherme dos Santos.

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  3. Concordo plenamente com esse código.
    Afinal não podemos suprimir o que a criança tem de mais bonito, sua inocência e a falta de maldade, não podemos conduzí-la por vontade da mídia a um caminho a qual será simplesmente influenciada lhe tirando seu livre arbítrio durante seu crescimento, pois logicamente a criança sem opinião ainda formada e experiência de vida, irá seguir o que lhe é imposto.
    Quanto a moralidade, claro que temos que ser moralistas, afinal de contas o que é correto, sermos morais ou imorais???

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