O Amigo da Onça é um personagem criado por Péricles de Andrade Maranhão, um verdadeiro gênio do humor!
Não é difícil encontrar pela internet textos que imputam ufanismo para o discurso em defesa da produção de quadrinhos independentes no Brasil. Sugerem então a receita de tratamento igual entre os quadrinhos independentes nacionais frente as publicações das grandes estruturas industriais estrangeiras. Onde está o erro? No entendimento do que seja igualdade.
E o que é igualdade? Explica-se através do famoso brocardo com origem atribuída aos antigos romanos: "igualdade é tratar os iguais de forma igual e os desiguais de forma desigual". Dessa forma é fácil entender que a “busca por um emparelhamento dos nacionais com os estrangeiros” apenas promove as citadas “desigualdades de nacionais (e aqui prefiro usar a palavra independentes) frente as hq´s estrangeiras”.
Entendo que temos ótimos escritores, grandes desenhistas, excelentes coloristas, mas o que não temos ainda é uma indústria que absorva, administre e lucre com toda essa mão de obra. O dia que essa indústria se formar, em pé de igualdade, aí sim caberá comparação entre iguais. Mas a verdade é que tal feito só seria possível em situação de igualdade também econômica. Infelizmente nosso mercado não se mostra igual aos grandes mercados.
No momento cabe mesmo o tratamento desigual, com objetivo de buscar a igualdade material, que se obtém quando os mais fracos recebem um tratamento especial para aproximá-los dos mais fortes.
Dessa forma, emporcalhar o trabalho de um autor independente com comentários infelizes tem peso diferente de fazer o mesmo por um trabalho oriundo da grande indústria, muito embora o melhor comportamento seja não emporcalhar o trabalho de ninguém.
Se a crítica tem realmente o objetivo de ajudar o artista no desenvolvimento do seu trabalho, então deve ser dirigida diretamente ao artista, e cabe somente a ele julgar a pertinência ou não da mesma. Talvez falte cortesia no tratamento que os 'críticos' e 'especialistas' dispensam aos trabalhos dos autores que arriscam expor seus trabalhos.
O erro mais comum está em não saber reconhecer o mérito do autor independente que vence obstáculos para produzir suas idéias. Isso é o que realmente importa. Leia SIM, o quadrinho nacional. Acompanhe e entenda sua gradual evolução. Leia o que mais lhe interessar. Mas leia! Só não lê quadrinhos quem não gosta de quadrinhos. Quem gosta lê.
Não é todo mundo que encontra força de caráter para expor trabalhos e se submeter a críticas de toda natureza. Saúdo a coragem de quem expõe seus trabalhos através de fanzines ou edições digitais. A qualidade vem pela prática. Parabéns para os eternos estudantes que não se omitem! Parabéns pela coragem e ousadia!!! Artista não nasce pronto. É essa longa estrada que fixa o valor de seu trabalho. Grande abraço!
obs.: Veja mais charges com o bom humor do cartunista Péricles aqui: http://colecionadordevariedades.blogspot.com
obs2.: Até adimito que haja algum ufanismo sendo gerado em defesa dos quadrinhos nacionais, mas é errado generalizar TODA e qualquer defesa dos quadrinhos nacionais como ufanista.
obs3.: Vale lembrar que apoio a evolução sólida e gradual da produção independente nacional e não a farsa em forma de leis de proteção aos quadrinhos.
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